Somente o médico veterinário, municiado pelos exames e respectivas contraprovas, pode dar um diagnóstico preciso sobre a doença.
Tanto o homem quanto o cão e outros mamíferos pegam a Leishmaniose.
Por meio da picada de um pequeno inseto, de 2 a 3 mm, chamado “mosquito palha” ou “birigui”.
Não. Somente pela picada do mosquito-palha se pega a Leishmaniose. A Leishmaniose não é uma doença contagiosa.
A coleta de sangue dos cães é feita quando há suspeita ou confirmação da doença em pessoas que residem naquele bairro ou região, e tem como objetivo verificar se existem animais infectados na área.
É aconselhável colaborar com as autoridades para que o exame seja feito. Ajude a conter e acalme o animal, que geralmente irá estranhar a situação. Aproveite e peça orientações aos agentes de saúde sobre como evitar a presença do mosquito em sua casa e/ou terreno, informações obrigatórias de responsabilidade governamental
Até receber o resultado recomendamos que o animal use repelentes específicos contra o mosquito palha, como coleira, spray ou spot on. Conserve o quintal limpo, sem folhas ou frutos, recolhendo as fezes dos animais e mantendo todo o lixo da casa bem fechado. Os vizinhos devem fazer o mesmo.
Se o exame der positivo ou “reagente” não significa que seu cão tem a Leishmaniose. O diagnóstico da doença é complexo e será necessário realizar exames mais precisos. Uma “reação cruzada”, principalmente devido a Erlichiose (conhecida como “doença do carrapato”), pode ter como resultado um falso-positivo.
Você tem direito de exigir uma contraprova (pg. 29 do Manual de Vigilância e Controle da LV, do Ministério da Saúde). O exame mais específico para detectar a Leishmaniose é a citologia aspirativa de linfonodos ou de medula óssea. Procure o veterinário de sua confiança e peça uma avaliação clínica e o exame específico.
Não. Você tem direito ao exame de contraprova, e já existe jurisprudência de pessoas que obtiveram legalmente o direito de tratar seus cães em vez de submetê-los à eutanásia.
Não. Por isso, você deve procurar um veterinário de confiança ou um profissional de referência no assunto. Converse com ele sobre a possibilidade de realizar o exame mais preciso para detectar a LVC: a citologia aspirativa de linfonodos ou de medula óssea. A eutanásia, muitas vezes colocada como solução, não deve ser a primeira opção, principalmente se o cão apresentar bom estado físico para responder ao tratamento e você tiver condições de arcar com os custos. Caso ocorra determinação das autoridades para a eutanásia do cão, procure um advogado para que, com base no histórico do caso, medidas judiciais sejam adotadas.
Sim. Mas as opções de tratamento exigem comprometimento, dedicação e aporte de recursos para as medicações e os exames laboratoriais de acompanhamento do animal. É um compromisso para toda a vida, pois existem muitos casos de recaídas e o cão deve ser monitorado com frequência.
O medicamento Milteforan, específico para o tratamento da LVC em animais, está em fase de aprovação nos Ministérios da Saúde e da Pecuária (MAPA). Assim que ele for aprovado, não haverá mais barreiras legais ao tratamento dos cães. A dificuldade continuará a ser o custo dessa droga.
Em decorrência do Decreto No. 51.838 de 1963. que prevê que “cães doentes sejam eliminados”.
Ocorrendo determinação das autoridades para eutanasiar o cão, procure um advogado para que, com base no histórico do caso, medidas judiciais sejam adotadas.
Explique, educadamente, que essa informação é incorreta. Se seu cão estiver protegido, e sua casa, limpa, o animal não representará nenhum risco a você, aos seus familiares ou à vizinhança. O mais importante é investigar se há o mosquito-palha em sua residência ou em seu bairro, pois é ele que transmite a doença. Se houver insistência ou ameaça por parte do agente, como tentativa de apreensão do animal, recorra a um advogado.
Converse com o veterinário do seu animal, se julgar necessário, peça mais de uma opinião profissional.
Ao decidir pela eutanásia, honre o compromisso de protegê-lo da dor e sofrimento. Recomendamos que o procedimento seja feito de forma particular e com o veterinário da sua confiança que fará o uso de métodos éticos e técnicos conforme as Normas do CFMV (Resolução N 1000 – 11/05/2012).
O mosquito mede de 2 a 3 milímetros, é tão pequeno que pode atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Tem cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso.
Seu nome varia de acordo com a região: mosquito palha, birigui, tatuquira, cangalhinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
Sim. A vacina é extremamente segura e uma ferramenta importantíssima para a proteção do cão.
O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica onde não recomenda o uso em saúde pública. Isso quer dizer que ela ainda não pode ser usada em campanhas de vacinação, como é feito com a raiva, já que são necessárias 3 doses (a cada 21 dias) para proteger o cão, dificultando todo o processo de controle. Se o agente de saúde disser que a vacina não é recomendada, ou que não funciona, anote o nome dele e faça uma denúncia.
Nenhuma vacina, nem humana nem animal, garante 100% de proteção. A resposta à vacina é individual e depende de vários fatores como: estado físico geral, idade, estado nutricional, doenças pré-existentes, verminoses, etc.
Os estudos demonstram que a vacina confere entre 92 e 95% de proteção após as 3 doses (intervalo de 21 dias entre as doses).
Mesmo vacinado, seu cão deve usar um repelente contra o mosquito-palha. Existem vários no mercado, inclusive produtos que também protegem contra pulga e carrapato, portanto você pode fazer uma proteção completa.
Sim. A vacinação não exclui a necessidade do uso de produtos que repelem e matam o mosquito. Existem coleiras destinadas a essa finalidade que são eficientes por até oito meses de uso.
– Mantenha o(s) animal(is) dentro de casa ao entardecer (entre 18 horas e seis da manhã). Não leve seu cão para áreas endêmicas (cidades onde a doença já existe). Coloque telas bem fechadas nas janelas e no canil, espalhe vasos de citronela, tampe bem o lixo e mantenha seu quintal limpo, livre de fezes de animais e de folhas, flores e frutos caídos. Incentive todos os vizinhos a fazerem o mesmo. Além disso, denuncie e combata o desmatamento de áreas verdes em seu município, pois esse é um dos fatores que contribui para a proliferação dos mosquitos nas áreas urbanas. Exija ainda que a prefeitura execute o programa de controle do mosquito transmissor. Isso inclui recolhimento e controle da exposição de matéria orgânica (lixões, aterros sanitários, granjas e terrenos baldios) e a dedetização das casas.
Existem diversas drogas para tratamento da LVC. Uma delas, o Milteforan, de uso veterinário, é usada em vários países e está em vias de ser aprovada no Brasil. Isso será importante para derrubar de vez as barreiras legais existentes ao tratamento da LVC em cães no nosso país. Hoje, com a venda do Milteforan não liberada no mercado nacional, restam aos médicos veterinárias opções como alopurinol, domperidona, miltefosina e glucantime, que também são usadas para o tratamento de seres humanos. Entretanto, as autoridades em saúde pública proíbem esse procedimento, pois temem que o parasito acabe se tornando resistente a essas substâncias – o dilema é grande. Ainda no campo do tratamento, vale observar que alguns profissionais realizam a imunoterapia com resultados promissores.
De qualquer modo, o tratamento da LVC requer experiência do médico veterinário. Jamais realize o tratamento de um cão com LVC sem a orientação desses especialistas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o controle do vetor (o mosquito-palha) é a principal medida de combate a doenças como a Leishmaniose. “Vector control is the key intervention for control of dengue and Chagas disease, and it plays a major role in preventing some forms of leishmaniasis.” (WHO – NDT Road Map 2012). Portanto, os programas de combate ao vetor são medidas de extrema importância. A Leishmaniose é uma doença complexa e seu enfrentamento inclui fatores socioeconômicos e políticos, tais como: melhorar as condições nutricionais da população, garantir o saneamento básico, o manejo adequado de resíduos (coleta e acondicionamento de lixo, lixões), o planejamento urbano, o combate aos desmatamentos e o planejamento urbano.
Protegê-los com vacina e repelentes. As políticas públicas mais eficazes e humanitárias para o controle de qualquer zoonose, recomendadas pela OMS, são: controle populacional de cães e gatos por meio de campanhas de esterilização (castração), pois assim se reduz o número de animais abandonados, e portanto suscetíveis às doenças devido à desnutrição, exposição aos insetos, verminose, falta de acompanhamento do veterinário etc.; mobilização da sociedade para os fundamentos da guarda ou posse responsável; identificação e registro de cães e gatos, indispensável para o planejamento e o efetivo combate às zoonoses; colaboração entre os setores de saúde humana e veterinária nos programas de prevenção, controle e eliminação de zoonoses, como a Raiva e a Leishmaniose.
Em 23 anos de atuação, os projetos, eventos e outras ações da ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal, entidade não governamental sem fins lucrativos, independente e apartidária, inauguraram uma nova era de esperança e respeito aos direitos dos animais no país.