O tratamento da leishmaniose canina vem sendo realizado no Mundo inteiro desde 1960, como forma terapêutica e preventiva da doença, com implicações diretas na redução da prevalência humana.
Diversas pesquisas no Mundo e no Brasil demonstram que o animal tratado e controlado, não é infectante e não oferece risco à Saúde Pública.
A LVC é uma doença tratável, apresentando cura clínica (desaparecimento de sinais clínicos), CURA EPIDEMIOLÓGICA (NÃO SER MAIS TRANSMISSOR), mas raramente a cura parasitológica (o parasita permanece no organismo do animal e do ser humano). Este fato não é preocupante nem incomum, já que em doenças causadas por protozoários, como são as Leishmanioses, a Doença de Chagas e a Toxoplasmose não existe a eliminação completa do parasita no cão ou no ser humano.
O homem e o cão podem viver normalmente, mas devem fazer acompanhamento periódico para que a doença não volte a se manifestar. O cão portador de Leishmania deverá passar por avaliações periódicas, no mínimo a cada 4 meses com intuito de prever recidivas.
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Miltefosina: promessa na luta contra a leishmaniose Miltefosina. Nome comercial: Milteforan ®. Descoberta nos anos 80 pelos cientistas alemães Eibl e Clemens Unger, a droga é usada há pelo menos 10 anos em países como Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia, onde milhares de doses já foram usadas – com sucesso – no combate à Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
“É um fármaco de amplo espectro de ação, ativo contra bactérias, fungos e protozoários patogênicos”, explica Valdir Avino, médico veterinário formado pela Universidade de São Paulo “Os estudos demonstraram que o produto, de acordo com o esquema terapêutico proposto, tem a eficácia e a segurança clínica desejadas em cães”, esclarece.
“Em estudos realizados na Europa, a Miltefosina demonstrou ser extremamente eficaz para o tratamento da LVC, com redução da carga parasitária, melhora clínica do animal e diminuição da infectividade para os flebotomíneos”, informa Fábio Nogueira, mestre e doutor pela FMVZ- Unesp e professor de Clínica Veterinária.
A veterinária Ingrid Menz, graduada pela Universidade de São Paulo e doutora em microbiologia e imunologia pela Escola de Veterinária de Hannover, Alemanha, acrescenta: “Os europeus realizaram muitos trabalhos independentes em universidades. Os animais tiveram recuperação clínica e parâmetros hematológicos normalizados”.
E o uso continuado do medicamento poderia levar a algum tipo de resistência, tornando-o inócuo depois de um tempo? Ingrid Menz descarta a hipótese, e explica: “A resistência foi reportada apenas no tratamento da Leishmania donovani, que ocorre na Índia. Essa variável é transmissível de homem para homem e não tem o cão como hospedeiro.”.
A veterinária chama atenção para o papel que o guardião do animal deve desempenhar em todo o processo. “É importante que o cão tenha um responsável que siga o tratamento proposto, assuma a colocação e reposição de coleira ou pipeta inseticida e garanta o acompanhamento clinico e laboratorial do animal pelo resto da vida”. “Devemos lembrar sempre que o transmissor da Leishmaniose Visceral é o inseto lebotomineo, não o cão ou outros mamíferos”, finaliza Ingrid.
Em 23 anos de atuação, os projetos, eventos e outras ações da ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal, entidade não governamental sem fins lucrativos, independente e apartidária, inauguraram uma nova era de esperança e respeito aos direitos dos animais no país.