No esforço sem precedentes para enfrentar a ameaça letal do novo coronavírus, a humanidade se recolhe, equipes de saúde se desdobram para salvar vidas e pesquisadores trabalham sem trégua para descobrir vacinas e tratamentos para a Covid-19. Em meio ao abalo planetário, não se pode perder de vista uma questão fundamental: qual a origem da pandemia?
As evidências apontam o início do surto em trabalhadores de um wetmarket de Wuhan, na China, tipo de mercado que mantém animais selvagens aterrorizados em gaiolas empilhadas e os abatem a sangue frio no próprio local para venda e consumo. De acordo com cientistas renomados, uma das hipóteses mais prováveis é que o novo coronavírus tenha sido transmitido por um morcego à outra espécie selvagem e dessa para os seres humanos.
Comuns em países da Ásia, os wetmarkets também estão ligados ao surto da SARS em 2003, um claro sinal de que esses mercados já deveriam ter sido extintos. “É incompreensível para mim– quando temos tantas doenças que surgem desta incomum interface homem-animal – que esses locais ainda não tenham sido fechados”, declarou em entrevista o dr. Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e membro da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca. “Gostaria de ver o resto do mundo realmente pressionando bastante os países que têm esses mercados, porque o que estamos passando agora é o resultado direto disso.”
Embora a China tenha anunciado, no início do ano, a suspensão da compra e venda de animais selvagens como alimento, a medida ainda não se tornou lei e há relatos de que esse comércio cruel e ameaçador continua em plena atividade.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde fez um inédito apelo aos países para banir os mercados de animais selvagens, devido ao real perigo de disseminação de patógenos, como o coronavírus e outros, que passam dos animais para os humanos. “Vale lembrar que no Brasil, o tráfico e o comércio de animais silvestres, embora ilegais, também são uma terrível realidade”, alerta Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil.
Como integrante do International Police Forum, que reúne organizações do mundo inteiro, a ARCA Brasil é signatária de uma carta aberta enviada no início do mês à OMS, solicitando medidas enérgicas para o banimento de mercados, do comércio e da exploração de animais selvagens em todo o mundo.
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