Para os “modelos vivos” de laboratório, não há expectativa de um dia sentir o gostinho da liberdade
Quem pode ser contra os esforços em prol da cura do câncer? Quem pode se opor ao desenvolvimento de vacinas? Quem, em sã consciência, vai levantar a voz contra as pesquisas que pretendem encontrar maneiras de, no futuro, regenerar membros amputados? A Ciência tem dado contribuições valiosas para a vida humana. Remédios mitigam dores, cirurgias salvam vidas, procedimentos garantem mais tempo de convívio entre pais e filhos. Em médio prazo, muitas dessas conquistas se estendem para o ramo veterinário, beneficiando também a saúde animal.
Mas também existem muita leviandade e terríveis crueldades em nome da Ciência. E se os movimentos de defesa dos animais não se mobilizam, simplesmente esses abusos prosseguem sem freios…
Estima-se que mais de 100 milhões de animais são utilizados anualmente nos Estados Unidos como “modelos vivos” em pesquisas biológicas e médicas, para estudos de doenças físicas e psíquicas que afetam a espécie humana – e, claro, também para experimentações não tão “nobres”, como aquelas praticadas pela indústria cosmética, em nome exclusivamente da vaidade. Para nosso pesar, não existem estatísticas precisas sobre o número de animais utilizados para o mesmo fim no Brasil, mas podemos supor, com alguma certeza, que não se trata de uma quantidade insignificante. O sofrimento a que esses animais são submetidos é inestimável: a eles, são infligidos traumas, quadros de intoxicação, contaminações por vírus e bactérias e uma série de torturas destinadas a lhes causar perturbações físicas e/ou psíquicas.
E de onde vêm esses tais “modelos vivos”? Bem, é aí que o horror ganha contornos ainda mais sádicos… Uma indústria inteira foi construída com o intuito de fornecer animais para a pesquisa em laboratórios, hospitais, empresas e universidades. Nestas “fazendas”, os animais são ferramentas, são coisas, que desde tenra idade não conhecem nada além de ambientes estéreis e da indiferença total dos humanos que os manejam. Imagine um animal do campo que nunca pisará na grama; um cão que nunca cavará um buraco no chão ou uma ave que nunca alçará voo – são estes os habitantes desses estranho mundo paralelo ao universo científico…
Cruel e cara, a pesquisa com animais ainda é largamente praticada no mundo todo. Por quê? O que, afinal, a sustenta?
Esta é uma pergunta de difícil resposta, pois além dos problemas elencados, a pesquisa feita com animais é pouco confiável. Seus resultados não são sempre aplicáveis a humanos porque justamente os organismos estudados são bem diferentes. Diferenças naturais em fisiologia, metabolismo e anatomia entre os seres humanos e outras espécies podem levar a diferentes reações perante estímulos idênticos. E mais: os animais usados em experimentações são mantidos em ambientes estéreis, altamente estressantes, bem diferentes do “mundo real” em que nós, os futuros beneficiários das drogas estudados, habitamos de fato. Isso pode levar a severas distorções nos resultados, nas respostas fisiológicas e até nos reflexos comportamentais.
Entidades internacionais que se dedicam exclusivamente ao combate à vivissecção colecionam argumentos que ilustram o quanto esse procedimento é ultrapassado, cruel e até prejudicial – no final dos anos 50, por exemplo, chegou ao mercado farmacêutico alemão a talidomida, que combatia enjoos matinais em mulheres grávidas. A droga tinha sido testada em roedores, mas estes metabolizavam a droga de forma diferente de humanos e não acusaram problemas. Como resultado, até 1962, surgiram mais de 10.000 casos de bebês acometidos por defeitos congênitos provocados pelo medicamento. Foi uma tragédia de proporção internacional.
Voltando ao início deste texto, combater o uso de animais em experimentação científica não é fazer uma “escolha contrária ao bem e à cura”, mas sim, adotar uma postura ética, alinhada a uma nova mentalidade que enxerga os animais como seres senscientes e portanto merecedores de nossa compaixão e do nosso respeito. Acreditamos de fato que novas tecnologias, metodologias alternativas e estudos clínicos e epidemiológicos realizados com seres humanos podem nos fornecer respostas melhores, mais relevantes e melhores para a saúde humana, sem infligir sofrimento a outras espécies. É um grande desafio, que as brilhantes mentes científicas podem e devem encarar. Afinal, o mundo inteiro anseia por isso.
Os projetos, eventos e outras ações da ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal, entidade não governamental sem fins lucrativos, independente e apartidária, inauguraram uma nova era de esperança e respeito aos direitos dos animais no país.
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