Campanha do Governo do Estado de São Paulo busca conter escalada da violência contra os macacos, que também são vítimas da febre amarela e sofrem ataques de quem os imagina “transmissores”
Um macaco bugio adulto, provavelmente uma fêmea, acompanhada do filhote, exibe o olhar triste na foto, acompanhada de um apelo: “Eu não transmito febre amarela. Não me machuque!”.
Essa publicação está viralizando nas redes sociais e faz parte de uma campanha do Governo do Estado de São Paulo, que busca esclarecer que os macacos não são transmissores, mas vítimas da febre amarela – e, cada vez mais, vítimas também de gente que os espanca até a morte, culpando-os pela disseminação de uma doença que agora vem se espalhando pelo território nacional.
Entenda a febre amarela
Febre, calafrios, dores na cabeça e no corpo, cansaço, náuseas, perda de apetite e vômitos: estes são os principais sintomas da Febre Amarela, doença infecciosa causada por vírus e transmitida pela picada de insetos, como o Aedes aegypti (mais recorrente nas áreas urbanas), o Haemagogus e o Sabethe (ambos típicos das matas).
De julho de 2017 até janeiro de 2018, o Ministério da Saúde registrou 35 casos da doença, sendo todos do tipo silvestre – isto é, contraídos em regiões de mata, e não nas grandes cidades. Outros 470 casos suspeitos foram notificados, dos quais 145 permanecem em investigação e 290 já foram descartados. De acordo com o levantamento do governo federal, São Paulo e Minas Gerais registraram as maiores incidências, com 20 e 11 casos confirmados, respectivamente. Em seguida, estão Rio de Janeiro (3) e Distrito Federal (1).
O número de ocorrências ainda não é o bastante para configurar um surto. Mesmo assim, o pânico vem se alastrando nos grandes centros, especialmente em São Paulo, onde as 17 famílias de macacos bugios que viviam no Horto Florestal foram exterminadas pelo vírus, num prazo inferior a quatro meses (de outubro de 2017 a janeiro deste ano). Estima-se em 86 o número de mortes.
Os pesquisadores são unânimes em afirmar que os macacos ajudam a detectar a presença do vírus antes que este comece a atacar as populações humanas.
Os macacos que morreram, de certa forma, ajudaram a salvar pessoas – as mesmas que, movidas por ignorância e brutalidade, têm lhes causado dor, ferimento e morte.
Importante: Os primatas não são transmissores e muito menos a causa da febre amarela. Macacos são vítimas do mosquito transmissor, assim como os humanos. “O macaco funciona com uma sentinela. Ele alerta a população sobre a presença do vírus circulando na região e a necessidade de adotarmos as medidas preventivas”, esclarece a secretária de saúde Michela Dias Barcelos.
O que vai combater realmente a febre amarela é: 1) tomar a vacina contra a doença e 2) eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegyptis — o mesmo da dengue, zika e Chikungunya.
Ocorrências / Ameaças a Macacos em São Paulo
190 – Polícia Militar: Denunciar atividades que põe em risco fauna e flora.
http://www.ambiente.sp.gov.br/a-secretaria/instituicoes/policia-militar-ambiental/
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